Viagem Teste – Himalayan 2022 remapeada

Viagem Teste – Himalayan 2022 remapeada

Neste final de 2021, a empresa onde trabalho liberou um recesso aos funcionários e tive mais uma vez a oportunidade de passar o Natal com minha mãe e irmãos que residem em Florianópolis. Assim, tentando unir o útil ao agradável, pensei em substituir uma Hima da minha frota que teve perda total em um tombo por uma Hima nova zero km comprada lá na região Sul. E voltar rodando para Brasília. Coisa que a gente quase não gosta de fazer, né?

Já tem vídeo no youtube fazendo um resumão do teste: CLIQUE AQUI!

O QUE É ISSO DE “REMAPEADA”?
É uma história longa desde as primeiras ocorrências de danos em motores da Himalayan em 2019, e pra encurtar indo logo ao que interessa: em 21/12/2021 a Royal Enfield comunicou oficialmente ao público que está entregando a solução, testada e validada por meses com sua equipe de engenharia reunindo profissionais do Brasil e da Índia. Esta solução foi chamada de “reconfiguração da injeção eletrônica” pela empresa, e “remap” por nós proprietários.

A ENTREGA!

Terça a noite 22/12 voei pra Porto Alegre, para quarta de manhã cedo já estar pronto e pegar a nova Hima. Tinha muito chão pra rodar! O plano inicial é fazer 500Km “rápido”, fazer a primeira revisão e então partir para Floripa. Peguei um modelo chamado Mirage Silver, de cor prateada e banco em courino marrom. Muito lindinha, exceto pelo painel “caolho” devido a chegada do aparelhinho chamado TRIPPER, que é um auxiliar de navegação. A gente brinca que parece a cara do personagem SID, da Era do Gelo.

Na loja já estavam presentes dois amigos do Royal Riders RS! Maninho, um piloto já vivido e com muitas histórias de estrada pra contar, fã do estilo Café Racer e animado dono de uma Continental GT 650. E Sandro, um dos pioneiros de Himalayan do RS, desde março 2019 pilotando a moto pela região de Rio Grande, Praia do Cassino, Pelotas. Veio rodando de madrugada da Praia para Porto Alegre! Atendimento ótimo na concessionária Royal Enfield Porto Alegre, esclarecendo todas as dúvidas sobre a nova configuração da injeção. Pude mais uma vez conversar com os mecânicos e trocar experiências sobre a Himalayan e seus ajustes finos.

BORA RODAR!
No final ocupamos a manhã toda nestas atividades da entrega e bate-papos e partimos pra rodar pelas 11:20h! Os tais 500Km a serem feitos, rodando macio a 60Km/h no máximo, não seriam fáceis, nem rápidos! O amigo Sandro me guiou pela cidade e depois para a BR, fomos até uma lanchonete tradicional de parada de motociclistas. Ali rodando a 60 na BR-116, sem qualquer problema ou enrosco com o trânsito de caminhões, percebi que atingir os 500Km inviabilizaria a confraternização noturna já programada com os amigos do Royal Riders RS.

Decidimos retornar para Porto Alegre, de modo a honrar o compromisso assumido. As 16h estava de volta na concessionária, onde pude conhecer mais uma grande figura! O Olias Morbach, customizador de motos e fabricante de peças/acessórios. Dono da única Thunderbird 350cc do Brasil! Carburada, ano 2015, e twinspark (usa duas velas!). Veio de Sapiranga, cidade próxima da capital gaúcha, pra rodar e sair da amizade virtual!

E assim chegamos ao final do dia, pelas 21h confraternizando com a moçada em Porto Alegre, em um bar point de motociclismo também, e com brindes de chopp gratuito! Agradecimentos aos amigos Fernando, Guilherme, Sandro, Maira e Simeão que vieram contar e ouvir algumas histórias de motocadas!

PARTINDO
Chegou dia 23/12, preciso rodar e fazer a primeira troca de óleo dos 500Km! Se eu ficar em Porto Alegre não chego a tempo pro Natal e aí já viu a bronca da mãe! Mudei os planos, vou rodar até Floripa e faço a revisão por lá. Agendei pra dia 24 cedo. Agora é hora de pegar estrada. E devagarinho!

Partimos eu e Sandro novamente, da pousada que ficamos no centro da cidade. Na ponte do Rio Guaíba nos despedimos, ele foi rumo sul para Praia do Cassino, e eu rumo norte pra Caxias do Sul…. pois é… errei o caminho naquele monte de viadutos! Sabe como é rapaz do interior vai pra capital se perde! Kkk Retorno a 6km de distância, então “perdi” só 12Km. Bora pra frente!

Agora estou já na BR-290, a famosa “FREEWAY” gaúcha. Ligando a Capital até o litoral em Osório. Diz a lenda que foi nessa rodovia que o pessoal da banda Engenheiros do Havaí se inspirou pra compor a música “Infinita Highway”! Rodando a sessentinha, de olho no retrovisor e sinalizando para os caminhões passarem de boas. Com bom acostamento e espaço, muitas vezes eu saí da frente rapidinho, pra não atrapalhar o movimento do pesadão da estrada. E agradecia com uma buzinadinha, quase sempre também respondido.

Algumas horas depois, chego na BR-101 e vamos prosseguindo no rumo norte para Floripa. Abasteço na BR próximo da divisa RS/SC em um posto Petrobrás. Quando peguei a moto rodei 30km e abasteci com Ipiranga DT Clean. Rodei 328,8Km com essa gasolina até aqui, abasteci 9,35 litros , o que dá um consumo de 35,17Km/l . Resultado do controle do RPM até 3000 giros!

Continuo a viagem, sigo firme nos sessentinha. Entro em SC e vou passando por placas de cidades. Relembro do tempo que trabalhei aqui na região, entre 1994 e 1998. Sediado em Criciúma, e trabalhando na manutenção telefônica, pude visitar 42 dos 44 municípios que a equipe atendia. E algumas boas histórias de estradas mas naquela época de Fiat Uno, Fusca e Kombi!

FLORIPA!
Consigo chegar na Royal Enfield Floripa perto das 17h. Com 598Km rodados, dentro do limite máximo do manual para a primeira troca de óleo. Tudo certo, Nossa Senhora dos Atalhos sempre me ajuda! Cresci aqui né galera, conheço os caminhos todos. Google Maps manda ir por uma rota mais longa pela rodovia, eu entro pelos bairros e corto caminho. Após cumprimentar a turma toda e rever os amigos Jaime e Aparecida recém-chegados da Serra do Rio do Rastro, fazemos a ordem de serviço pra a revisão. Bato um bom papo com o Castilho, chefe da oficina, sobre como a moto veio na estrada (a sessentinha, dizer o que? Veio bem, como esperado!). Então deixo a moto e pego um uber para a ilha, vou tomar uma cerveja no Mercado Público enquanto espero meu irmão.

PRAIA
Dia seguinte, 24/12! Dia de visitar mamãe! Mas preciso pegar a moto. Ali pelas 11h chego na concessionária, tá tudo pronto já. Nada anormal encontrado pela equipe. Óleo e filtro trocados, torques/apertos conferidos, bora pra estrada! BR-101 sul agora, rumo a Imbituba. Mais 100Km pra conta, e no finalzinho um trecho de off-road arenoso do acesso à praia. Sim, minha mãe não mora, se esconde! E a gente adora! No meio do caminho, observando a placa GAROPABA, dou uma fugida e vou visitar o amigo Fábio! Outro pioneiro de Himalayan de SC, desde 2019.

Na saída de Garopaba faço um novo abastecimento, agora Ipiranga. Foram 346,7Km rodados desde o anterior (BR GRID) e 9,58 litros recolocados. Ou seja, consumo de 36,19Km/l com a GRID. Lembrando sempre que essa mágica se chama rodar a sessentinha! Já fiz 38 na Tenere250 e 28 na Vstrom650 , desse jeito tartaruga de ser.

Então por volta das 16h, finalmente chego na praia. A duplicação da BR-101 mudou os trevos e acessos, quase não reconheci. Tive que usar o TRIPPER , finalmente! O trocinho me surpreendeu! Para um chato que não gosta de navegador/gps como eu, achei bem prático/rápido de ativar e sair usando. Já vi reclamarem que o bicho é lerdo, mas acho que eu tava mais devagar que ele, então deu tudo certo na dobra das esquinas.

Agora é pisar na areia, moiá os pé no mar, e relaxar batendo papo com a parentada! E são muitos!

RETORNANDO
Após o Natal, o compromisso agora é estar terça a noite em Brasília, pois quarta cedo já trabalho. Então optei por ir por rota conhecida desta vez, pra não demorar muito. Gosto de explorar caminhos novos, mas agora sem tempo pra experiências fica meio complicado. A moto está com quase 750Km rodados, logo logo começo a aumentar o ritmo pra 80 e o tempo de viagem encurta um pouco. Vamos ver como vai ser.

Dou a partida as 6h da manhã, com a missão de rodar 150Km até Itapema e visitar o Felipe Torres, nosso amigo de Hima que deu pau no motor em Bariloche, e na época movimentamos a Royal Brasil, Argentina e Índia pra dar apoio pro brother. E conseguimos, foi atendido em garantia pela Argentina, com uma moto BR. Não tava previsto isso, quebramos a barreira, e espero que se repita sempre. Viajantes internacionais são exceção e precisam estar amparados também. Não se trata de carregar nas costas e receber com tapete vermelho. Basta apenas a rede de concessionárias dar manutenção e garantia, não importa onde é a concessionária ou o país de origem da moto.

Após a visita ao Felipe, onde compartilhamos muitos causos de estradas e aventuras, continuei viagem. Agora acelerando para 90km/h. A BR-101 entre Floripa e Curitiba é “mais bruta”, muito movimentada. E a condição da moto agora já permite 4500RPM, ou pouco mais. Abasteço em Garuva/SC, num posto BR onde coloco Grid de novo. A gasolina de Garopaba rendeu 324,2Km com 11,12 litros , portanto consumo de 29,15Km/l. Já resultado do novo regime de rotação e dentro do esperado para essa situação.

Aproveito para subir a serra entre Garuva e Curitiba colocando entre 90 e 100, e a moto responde muito bem. Nos modelos anteriores era possível escutar o famoso “grilinho” nesta situação, e desta vez não teve nenhuma ocorrência do infame ruído.

Chego em São José dos Pinhais por volta de 12:20 no posto combinado, e aguardo alguns amigos do Royal Riders PR. Vão chegando e vamos papeando. Otávio, Guilherme, Luciano, Marcos, Tânia, galera ótima!

Após um lanche reforçado e bom papo, prosseguimos a viagem, com Marcos guiando para a saída rumo a Ponta Grossa, eu na Himalayan do Guilherme (modelo 2022 recém remapeada) e ele na minha. Para trocarmos impressões sobre ambas. Ao final de 60km rodados pelo anel viário de Curitiba, paramos para destrocar e as motos estavam iguais na tocada, sensações, aceleração, retomadas. Não testamos velocidade final, obviamente. Ali tb percebi que o banco de courino marrom da minha é pouco menos confortável que o banco preto que vem em todas as outras himalayans. O courino não estica tanto quanto o revestimento preto, o que torna a sensação levemente mais rígida.

Sigo adiante sozinho, pegando a BR-277 rumo a Ponta Grossa. Pista dupla, velha conhecida de idas e vindas anteriores pela região. Pouco após Ponta Grossa, entro na Rodovia do Café rumo a Apucarana e Londrina. Mais pra frente um pouco começa a chuva e a rotina de parada, vestir a capa, acabar a chuva e esquentar a ponto de ter que parar de novo pra tirar a capa. E foi assim mais 3 vezes durante o trecho todo! Infelizmente vi dois acidentes, um com moto no sentido contrário, e um do meu lado. Num trecho de serra, curva, e chuva, o carro veio à toda e passou reto batendo de frente no guard-rail e rodando na pista logo adiante. Como eu vinha tranquilo no meu sessentinha, tive bastante tempo pra desviar. Não parei pois o motorista fez sinal que estava tudo bem, nem o airbag estourou. A estrada dava sinais claros de estar ensaboada, com aquela espuma branca que aparece nas primeiras chuvas. Por sorte não teve tragédia.

Em Ortigueira começa uma serra muito boa, longa com bastante curva e colinas. Sem chuva e com a capa guardada, estou novamente no ritmo de 100km/h e me divertindo muito. A moto sobe e desce as colinas sem titubear, vou ultrapassando todo mundo indo a 110 sempre com visibilidade boa à frente. Eu e a moto deitando nas curvas, pra um lado e pro outro. Homem e máquina, naquele trecho era uma coisa só. Eu tava no paraíso estradeiro!

Vai caindo a noite e chego em um posto em Apucarana 12 segundos antes da chuva. Onde lancho e abasteço novamente. Uma telefonada pro amigo Serginho que mora em Arapongas pra avisar da visita, e tudo OK. Claro que assim que botei a capa de chuva e comecei a rodar, a chuva parou! Faltavam apenas 12Km para a casa do Sérgio, então nem parei, fui fermentando dentro da capa assim mesmo. Das vezes anteriores que passei por este trecho, não consegui visitar os amigos. Agora estava passando “com tempo” para uma paradinha. E usando o auxiliar de navegação chamado TRIPPER, aquele display redondo adicional do lado direito do painel, foi moleza chegar na casa do amigo.

Sérgio tem uma oficina chamada Dedicação Motos, e foi pioneiro na manutenção de Royal Enfield ali no norte do Paraná desde 2017. Uma vida dedicada ao motociclismo, desde pequeno quando começou a pilotar e competia na motovelocidade. Batemos altos papos e ainda filei umas espigas de milho novinhas! Eheh Depois ele me guiou para bater umas fotos no centro da cidade e nos despedimos. Ainda tinha um chão pra Londrina, onde eu planejei pernoitar. Acabei entrando no hotel era 23h, ainda cheio de gás pra rodar mais. É a adrenalina da estrada. Como é que dorme agora?

LONDRINA
De manhã cedo fui lá visitar a Royal Enfield Londrina. Sempre bem recebido, pude conversar com os mecânicos e trocar experiências sobre a moto, aquelas dicas de uso e ajuste fino. Muito bom ter essa oportunidade! Durante a visita, chegou Eduardo, de Meteor. Representando o Royal Riders Norte do Paraná. Batemos um bom papo também, e por volta das 11h era hora de continuar a viagem.

Novamente troquei de moto, Edu pilotou a hima me guiando pela cidade para o distrito de Warta, e eu fui com a Meteor, relembrando um pouco do test-ride que fiz e das minhas antigas motos custom. É comecei customzeiro, de Virago 250, 535, Shadow, até chegar na Boulevard M800 e depois M1500. Depois da Transamazonica 2015 com a Classic 500 e 2000Km de terra que apaixonei e virei tatu comedor de terra.

Nesse ponto a moto já estava passando dos 1600Km rodados. Tinha colocado essa km como marco para a partir dele poder acelerar mais e testar as rotações mais altas. Saindo de Londrina peguei o rumo para Assis/SP, pois já conhecia as outras rotas e essa seria novidade.

Por volta as 12h, a temperatura estava atingindo 40 graus no painel, e então era hora de fazer o primeiro teste. Cruzeiro de 110Km/h por 45km rodados, nos retões intermináveis de SP. A moto não chorou, não soluçou. No painel a temperatura não passou de 40 graus. Coisa que numa Hima sem remap seria algo arriscado de fazer. A sensação boa de que para um primeiro teste, o remap realmente teve um impacto positivo. Mais pra frente vou testar 120 e 130.

Agora é hora de visitar o amigo Paulo, em Lins/SP. Chego no posto na entrada da cidade, abasteço e entro em contato. Tudo certo pra visita, vamos lá. Ele tem uma padaria no centro. Paulo é amigo virtual do grupo zap Royal Enfield Brasil, e tem uma história muito boa! Aos 70 anos de idade, em 2017, comprou a Classic 500 por telefone, sem muita conversa. Ligou, pagou, e pediu pra entregarem na casa dele. No final do dia estava chegando. Das antigas, tinha uma Ninja 1000 em casa, que depois rodou com a chegada da Classic. Fomos batendo papo e trocando experiências com essa moto que tanto nos faz vibrar! Eheh

E ali pelas 17h, parti novamente, continuando a viagem. Ia parar onde cansar, não tinha plano. Ao olhar no mapinha do celular, tinha um ponto marcado e conferindo ele, descobri que era o monumento das mãozinhas caipiras de Jaci/SP. Bom, era do lado de São José do Rio Preto e tava na minha rota. Então bora lá conhecer, bater foto! Não dá pra ir na mão do Atacama, vá lá nas mãozinhas de Jaci!

Foto tirada, voltei pra BR-153 e quando estava chegando perto de ICÉM começou a anoitecer. Atravessei a divisa SP/MG já no escuro, e parei na primeira cidade, chamada FRONTEIRA. Hotelzinho bom bonito e barato, encomendei um X-TUDO e bora descansar! O dia hoje foi curtinho, algo como 430Km, mas bem produtivo no teste da velocidade de cruzeiro 110Km/h.

Para o último dia da viagem, a programação é percorrer a BR-154 MG, continuando o traçado iniciado em 2017. Fiz o trecho paulista, de Penápolis/SP até Itapagipe/MG, passando pela balsa que atualmente está desativada. Agora pernoitando em Fronteira, vou até Itapagipe novamente, e continuo de onde parei. Com certeza vai ter um off-roadzinho maroto, rural, pelo caminho.

BR-154 MINAS GERAIS
Acordo cedo, tomo aquele café reforçado e sigo em frente. Asfalto da BR-153 até quase Frutal, onde pego a estrada para Itapagipe. E já vamos a 110, comemorando essa nova fase da Himalayan. Bato uma foto no portal da cidade, e vamos adiante entrando na BR-154. Para minha surpresa, o trecho está asfaltado. Mas alegria de pobre dura pouco, e após 10km acaba o pavimento. A estradinha de terra parece firme, com alguma poeira. Bem seca, estranhamente. Estamos na época das chuvas no centro-oeste, e a estrada não tem sinal de lamas recentes. Mais uns 10Km percorridos e tudo muda. A estrada fica estreita e bem arenosa. Bancos de areião longos, as vezes fofos. Paro pra baixar a pressão dos pneus, e vamos em frente. Com cuidado, sem ousadia. Estou sozinho, no meio do nada, sem rastreador.

Mas é divertida a estradinha! Algumas paisagens rurais boas, tudo plano. O calor que tá infernal. Entrei com uma garrafa de 500ml de água e vou parando as vezes pra dar uns goles. Alcanço um caminhão-pipa, que levanta um poeirão. Como a estrada é estreita, as vezes fica bem complicado ultrapassar outro veículo. Me afasto pra evitar o poeirão. Após alguns quilômetros ele me deixa passar. E rapidinho chego no asfalto novamente, na BR-364. Rota para Campina Verde/MG, que já conheço de outras viagens. Entro na cidade para abastecer, lanchar, e logo estou na estrada novamente.

CLIQUE AQUI pra ver o vídeo dessa travessia off-road da BR-154!

Volto para a BR-154, asfaltada de novo, e aproveito o trecho para testar o cruzeiro de 120km/h e o top speed! Acelero e mantenho o 120 por longo tempo, e dou uma beliscada no 130. O motor roncando legal, sem qualquer soluço ou barulhinho. Nada de grilo resultado de superaquecimento. Trecho PLANO, sol escaldante. Imagino que em uma descida leve possa alcançar o 140. Números de ponteiro do painel, pessoal. Estou sem suporte de celular e nem me preocupei em registrar com algum app. Isso deixo pra quando chegar em Brasília e instalar os vários acessórios úteis que preciso na moto.

Atravesso Ituiutaba, e vou continuando na BR-154. Rumo para Capinápolis e Cachoeira Dourada de Minas. Estradinha já fica mais apertada, pista simples sem acostamento. Mas bem conservada. Em Cachoeira tento almoçar na beira do rio no centro da cidade, mas tava tudo fechado. Vou pra balsa, que fica mais adiante na área rural ao norte.

Fiz uma cagadinha… entrei na balsa direto, e rapidamente o piloto zarpou! Quando vi o preço caí pra trás. Moto sozinha é 65 reais! Acompanhada de outros veículos seria 40 reais. Caro pacas dos dois jeitos. Nem na Amazônia paguei tão caro na famosa máfia das balsas do Amazonas. No Pará pelo menos foram baratinhas.

Besteira feita, não adianta reclamar. Agora é aproveitar. Bati fotos e no desembarque em Goiás tomei um refri no botequinho. 2Km de terra e estamos na BR-483 asfaltada, indo para o município vizinho chamado Cachoeira Dourada de Goiás. Dali para Itumbiara, e finalmente a BR-153! Estamos perto de casa, faltam 400Km agora!

CHEGANDO EM CASA
Na BR pista dupla e pedagiada, desço a lenha de novo. Rodo 100Km a 120km/h e paro em Rancho Alegre morrendo de fome. Já era coisa de 15:30h. Uma paradinha mais longa pra abastecer, lanchar, descansar, e agora vamos para os 300Km finais da viagem. Também tocando a 110 e acima, conforme a estrada permite. Só na travessia de Goiânia que o trânsito pesado reduz o ritmo. Depois só alegria de novo, rodando ao anoitecer por caminho muito bem conhecido. Chego em casa por volta das 20:30h, com 2700Km rodados. Esse último trecho teve 300Km sem sair de cima da moto. Não é cansativo mas o banco de courino marrom reafirma seu conforto menor que o banco preto mais comum.

A moto realmente foi testada no extremo de novo, e o impacto do “remap” (chamado de “ajuste da injeção” pela Royal) foi muito positivo! Transmitiu bastante confiança de acelerar sem receio, aproveitando toda a faixa útil de rotações. Subiu serras lindamente. Ultrapassou caminhões em fila, com segurança. Rodou no calorão, acelerada ao máximo, por horas, sem qualquer sinal do barulhinho da detonação (o famoso grilo, batida de pino, “moedinha”, etc). Só o ronco bonito de um motor funcionando direito. Não entrei na faixa vermelha (acima de 6500RPM), talvez isso só ocorra em descidas. Algo a ser testado e registrado com os apps de telemetria/GPS em breve.

Agora é “desapear da montaria”, chegar em casa e abrir aquela gelada pra relaxar. Mais tarde registro os abastecimentos na planilha, organizo as fotos e vídeos, e faço o resumão pra moçada. Valeu galera, um ótimo 2022 a todos com muita estrada e aventuras!

PS: os abastecimentos e o consumo! Variou de 36km/h enquanto amaciava a 60km/h na rodovia, a 22km/l quando testei o cruzeiro 120Km/h e top speed. Na média da viagem deu 29, o que está dentro do esperado. O objetivo do “remap” é baixar a temperatura do motor, não é melhorar retomadas, acelerações. Também não aumenta a velocidade final. Mas permite que possamos atingi-la sem danificar a moto. Minha conclusão é que funciona e vale a pena! O reajuste é GRÁTIS e para todas as Himalayans, independente de estar dentro ou fora da garantia. Faça na sua e seja feliz!

 

PS2: Já temos o vídeo resumão da viagem com tira-dúvidas, e os diários de viagem disponíveis no canal! Confira CLICANDO AQUI!

 

9 Responses »

  1. Show de bola Flávio!
    Aqui Hélio do uber que vc pegou ontem em meio a muita chuva kkk.
    Comecei a ler seu blog e para quem está louco pra começar a se aventurar sobre 2 rodas é um grande incentivo kkk
    Vou continuar lendo e seguindo e espero reencontrá-lo num futuro próximo pra gente dar um role.
    Abraço

  2. Parabéns e sucesso nas próximas viagens, estou pensando em adquirir uma himalayan e quando possível cair na estrada com minha amada. O senhor poderia dizer como ela é quando está carregada de bagagem e garoupa?

  3. Parabéns pelo relato Bressan…
    Pelos testes iniciais o problema foi solucionado….
    Obrigado por compartilhar por meio de testo, hoje tudo é vídeo….

  4. Excelente, faz tempo que ando paquerando a Hima. Mas tava com receio por causa desse problema. Agora que tudo esta resolvido vou fazer um TR e ver se ela se adapta bem a mim.

  5. Parabéns Bressan!

    Gratidão por dividir as suas histórias e experiências com a RE Himamayan.

    Tenho uma Pine Green 21/22 e suas orientações/experiências me ajudam bastante.

    Saúde, paz, prosperidade, vida longa e ótimos ventos!

    Forte abraço!

  6. Excelente relato Bressan!! Muito bacana a viagem e principalmente o apoio que recebe pelo caminho! Grande abraço!

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