BateVolta a Bonito

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Em novembro de 2012 aproveitando um feriado de 4 dias, e um convite do amigo Rodrigo Gargamel de Campo Grande/MS, fomos até Bonito rapidinho pra passar o tempo e conhecer a estrada. Lilian foi com a boulevard M800, e como a minha moto estava na oficina, Augusto um irmão do El Bando me emprestou a moto dele, uma Yamaha XJ6. Foi minha primeira motocada grande com uma moto desse tipo, quatro cilindros esportiva naked.

Partimos cedo na quinta-feira, pela BR-060 rumo a Goiânia e Rio Verde. Estrada pista simples, bem conservada. Em Jataí, pegamos informações que o trecho da BR-060 até a divisa GO/MS era de terra, então resolvemos contornar o Parque Nacional Chapada das Emas, indo para Mineiros e a divisa tríplice GO/MS/MT. Chegamos lá pelo fim da tarde, com o clima mudando para nublado, frio e chuva. Anoitecendo chegamos em uma cidade chamada Costa Rica, no MS, e ficamos por ali para o pernoite.

No dia seguinte, vimos que era uma cidade bem legal, tamanho médio, bem limpa e organizada. Partimos novamente cedo para encontrar a BR-060 em Chapadão do Sul, cidade na divisa MS/GO. Dali seguimos pela rodovia para Camapuã, onde entramos na BR-163 coincidente com a BR-060 até Campo Grande. Paisagem de largos campos e pastagens. MUITOS animais atropelados no acostamento, de todos os tipos: jacaré, capivara, tamanduá-bandeira, lobo guará, tatus. Viajar de noite por aqui deve ser bem arriscado.

Passamos Campo Grande, usando o anel rodoviário, e continuamos o rumo pela BR-060 para Bonito. Gargamel deu a dica que o hotel baratinho ficava na cidade chamada Guia Lopes da Laguna, próxima de Jardim e uns 80Km antes de Bonito. Nosso ritmo de viagem tocando entre 110 e 120, permitiu chegarmos antes de anoitecer. Encontramos Gargamel e outros amigos e comemoramos mais um dia de estrada. Ele me lembrou que estava rolando em Bonito a 5a Convenção Internacional do Brazil Riders, em um local com 20Km de terra aproximadamente. Optei por não ir, já que a moto que eu estava usando era emprestada.

No terceiro dia da viagem, sábado, já que estamos perto de Bonito, resolvemos ir lá conhecer o Balneário Municipal, almoçar com o casal Boeira, do Paraná, e já iniciar o retorno pra Brasília. O balneário é muito legal pra quem nunca foi, rio cristalino e transparente. Alimentamos os peixes, uns bitelos enormes. Vimos por ali ainda um dourado e uma sucuri curtindo a vida. No almoço arrisquei experimentar carne de jacaré, achei boa mas tava meio dura, não sei se é assim mesmo ou estava mal feita.

Após o almoço, para desgosto geral, tinhamos que começar a volta pra casa, então fizemos igual cachorro magro, comemos e fomos embora. Viajar de barriga cheia no calor é pedir pra dormir em cima da moto. Mas com calma e paciência fomos em frente. A estrada estava muito remendada próximo a Sidrolândia, com muito sacolejo. A M800 já tinha caído q placa e quebrado o suporte algumas vezes em viagens anteriores. Devido a essa trepidação toda, a gambiarra não resistiu e simplesmente caiu toda a peça de plástico após o paralama traseiro. Perdemos um tempão procurando, mas sem conseguir encontrar no meio do mato alto em torno da estrada. Em Sidrolândia entramos para registrar um B.O. só pra constar. E fomos embora sem placa mesmo. Esse probleminha na estrada levou a um atraso e chegamos em Campo Grande já de noite. Entramos na cidade e pegamos o primeiro muquifo que apareceu.

No dia seguinte, domingão, acordamos em Campo Grande com a missão de fazer 1100Km em um dia até Brasília. Normal, já fizemos antes. Previsão de chegar tarde da noite em casa. Pegamos a mesma rota de volta, até Chapadão do Sul. Optamos em entrar em Goiás por Cassilândia, refazendo um trecho que percorremos em 2007, Lagoa Santa, Itajá, Caçu e Rio Verde. Mas me enganei em um trevo e de Caçu fomos para Quirinópolis. Lá peguei informação em um posto de gasolina e prosseguimos para Santa Helena e encontramos a BR-060 em Acreúna. Uns 200Km a mais, comendo nosso tempo. Mas gerando muita risada e boas lembranças.

De Acreúna para Goiânia tudo tranquilo. Atravessamos a capital de Goiás por volta das 21h. Houve um pequeno susto com uma XT600 nos seguindo por algum tempo, em uma avenida com má-fama de ser área de risco. Eu com uma “esportiva” fiquei atento. Quando tranquei o sujeito e perguntei qual era o problema, ele relatou que viu as placas de Brasília e queria saber se estávamos indo hoje ou amanhã pra lá, pois precisava ir também. Mal entendido esclarecido, desconversamos e sumimos. Mas que foi estranho, foi.

Passando por Anápolis já quase 23h, choveu. Outra parada para botar as capas de chuva. Chegando em Abadiânia, viatura da polícia liga as rotativas atrás da gente. Imaginei que era devido a falta da placa da M800. Estávamos perto do Jerivá, demos seta, diminuímos e entramos no restaurante. Eles passaram reto. Será que esperavam que a gente entrasse em modo de fuga? 😉

Lanchamos, esquentamos um pouco e prosseguimos. Já era mais de meia-noite, e faltavam 100Km pra casa. Moleza! Que nada, o sono bateu forte. Cansaço, uma hora aparece. Fomos nos arrastando pela estrada devagar até em casa, chegando pelas 3h da manhã.

9h todos no trabalho, porque os boletos não param de chegar.

One Response »

  1. Muito bom!!
    Parabéns pelo relato, como sempre muito bem escrito e claro.

    É uma pena que um país como o Brasil, rico em fauna, não se preocupe em fazer estradas mais seguras para os animais…

    Mas esperar o quê, né? Nem com os humanos eles se preocupam o suficiente… :/

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