Dia 22 – Linden ao Rio Essequibo
Partimos logo cedo no raiar do dia. Fomos abastecer, completar os galões reserva também. Um pouco de confusão pra achar a saída certa, pois o Google Maps por aqui não enxerga nada. Mas perguntando a gente se orienta. Atravessamos a ponte, um cara mandou a gente pro lado errado, e após 3Km a rua acabou numa picada e algumas casas. Duas motos vindo no sentido contrário e pedi ajuda. Um dos rapazes nos guiou para a saída correta, passando pelas quebradas. Celso depois também revelou uma preocupação nesse momento, passeando no mato com estranhos e outras motos aparecendo pra nos acompanhar. O rapaz nos levou até o entroncamento da saída da cidade, onde tem outro posto e a placa com as distâncias, ótimo pra fotos. Iniciamos então o famoso trecho Linden-Lethem de 480Km de terra. A expectativa era barro, lama, muita dificuldade. Tínhamos informações dos pontos adiante, posto, vilas, mas nada muito preciso. Os primeiros poucos km com asfalto bem esburacado, depois uns 10Km de terra até outra bifurcação. É só seguir a pista principal. A estrada tem bem pouco movimento, com caminhões militares, vans e picapes. Nota-se muito material de garimpo nas picapes, ou mesmo máquinas abandonadas na beira da pista. A pista é ruim, terra esburacada, restos de atoleiros recentes, mas estava seca e até levantava poeira em vários trechos. As pontes são construídas de forma diferente das nossas, onde a madeira está aparente. Na Guiana, a ponte é soterrada e se você não prestar muita atenção nem nota que passou por uma. Paramos no posto 58 Miles, abastecemos e lanchamos. Pegamos algumas dicas sobre o estado da estrada com outros clientes naquele momento. A outra parada “longa” foi no controle policial da Vila Maburá. Apresente a papelada (passaporte, doc da moto e o seguro) e tudo OK. Fora isso, descansos rápidos para beber água. A estrada tem trechos sinuosos, colinas, não permitiu velocidade. Uma ladeira de barro molhado foi bem escorregadia. Um atoleiro de areia quase derruba o Bressan, a Tenerezinha afundou bem. Na parte onde a floresta alta encobre a estrada, haviam poças bem longas e uma delas derrubou Celso, pego de surpresa numa vala dentro da poça. Nessa tocada, em média de 30Km/h pra menos, chegamos ao Rio Essequibo quase 18h, anoitecendo. Uma boa surpresa foi o bar da Djanell, um ótimo ponto de apoio na margem do rio. Pernoitamos ali, penduramos a rede. Encomendamos cerveja, mas eles não tomam gelada como nós. E dá-lhe papo com alguns poucos habitantes, contando sobre as motos e a viagem, enquanto Djanell preparava uma jantinha.
set20