Dicas para a Guiana

Dicas para a Guiana
Dicas para a Guiana

A entrada na Guiana foi a mais demorada e complicada. As 7h já estávamos lá na fila para entrada no pátio da aduana de saída do Suriname, e a fila de veículos estava grande. Nem pense em “furar” pensando que é como no Brasil que as motos vão na frente da balsa.

Guiana:
Guiana no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=6WILY7J-r5k

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A fila pra entrar no pátio não tem nada a ver com a ordem dos veículos na balsa, pra começar. E muito menos com a sequencia que você será atendido lá dentro nos guichês. Relaxe, sorria e acene, porque a brincadeira nem começou ainda.

As 8h a porteira abre, quem estiver na fila entra no pátio. Mas tem um numero limitado de vagas na balsa. Passou disso, ninguém entra e volte amanhã mais cedo. Sim, a balsa só funciona UMA VEZ POR DIA! Lá dentro, uma fila para a taxa da balsa e depois outra para a saída do país. Simples, mas demorado, muita gente.

As 9h a balsa aporta e pode-se então embarcar os veículos, na sequencia comandada pelos marujos. A “balsa” na verdade é um ferry-boat grande, melhor que todas as outras já utilizadas. A travessia é longa, leva quase 40min.

No pátio da aduana guianense, é que a coisa pode encrencar. Tem uma fila para nativos e uma fila para turistas. Não interessa onde você está, a sua fila sempre será a mais devagar de todas. É a Primeira Lei de Murphy das filas! O processo é o mesmo de sempre, mostre os documentos pessoais, vacina, os docs da moto e o seguro. Se já fez o seguro no Godo Bank do Suriname ótimo! Se não, o porto está bem longe da cidade mas é isso que você tem que fazer, ir lá na cidade, no banco, e voltar.

Na nossa viagem, chegamos neste ponto no sábado e o banco estava fechado. O chefe da aduana chamou um corretor de seguros amigo, que veio até o porto e fizemos a negociação lá no estacionamento, porque “pega mal” negociar dentro da aduana. O corretor muito solícito e pró-ativo, resolveu tudo e só cobrou 20% a mais pelo deslocamento dele no dia de folga. O custo do seguro saiu 4000 dinheiros, que na nossa moeda dá uns 70 reais.

TRECHO 1: Balsa – Georgetown – Linden
Tudo resolvido e liberado por volta das 13:30h (apenas 6 horas de burocracia), vamos rodar. Só tem uma estrada mesmo! Até New Amsterdam são 82Km de CAOS no trânsito, como se fosse uma rodovia no meio de uma festa. Tem tudo que é veículo motorizado passando de um lado pro outro, bicicletas, pedestres, e animais. Muitos animais soltos cruzando a pista. Depois da ponte em New Amsterdam, são mais 100Km até a capital Georgetown, do mesmo jeito caótico. Nem pense em correr.

Abastecemos um pouco antes da capital e pegamos dicas com o dono do posto sobre uma rota pra evitar o transito urbano. Basta ficar na avenida e seguir adiante. Em pouco tempo atravessamos a cidade, rumo a Linden o objetivo do dia. O posto Shawnee é o último antes de Linden, aproveite se precisar. A paisagem muda de urbana para rural e nos próximos 80Km só tem mato e areia em volta.

Chegamos em Linden no inicio da noite, já escuro. Infelizmente a Guiana borra as imagens de satélite e o mapeamento fora da capital é muito escasso. Sem qualquer referencia, fomos rodando até encontrar gente e paramos em um posto. Ali perguntamos sobre hotel e um habitante local nos guiou até um simplão. Voltamos na rua do comercio a pé, pegamos dicas da estrada numa lanchonete. Demos sorte, estrada boa sem atoleiros recentes.

TRECHO 2 – Linden ao Rio Essequibo
230Km de terra, curvas e colinas. Chegamos duas semanas após o fim da estação chuvosa e pegamos a estrada seca, até levantando poeira. Apenas uma descida em mata fechada ainda estava molhada e escorregadia. No meio do caminho tem o único posto do trecho, ao lado de um restaurante. É bom de pegar dicas da estrada neste local. Uns 20km adiante existe a Vila Maburá, com um controle policial. Basta apresentar os documentos pessoais, da moto e o seguro.

A estrada é erma, não tem nada além de selva. De vez em quando vê algumas estradas indo para a mata. Pouco transito, de vans e caminhões militares. No Rio Essequibo existe uma porteira na aldeia indígena, mas moto não paga. E na beira do rio tem o bar da Djanell, onde pode-se acampar e jantar. Até cerveja ela arranja, se precisar. Levamos O DIA TODO das 8h as 18h pra fazer 230Km, com a estrada “boa”, imagine com ela ruim.

TRECHO 3 – Rio Essequibo a Lethem
A balsa começa as 6h e sai de hora em hora. Djanell fez um café da manhã legal e até desmontar acampamento e pegar a balsa deu 8h da manhã. Logo do outro lado do rio já tem um segundo controle policial, na entrada norte da Floresta Nacional Iwokrama. A estrada fica bem melhor, menos sinuosa e mais conservada. Permitiu uma velocidade melhor. Na entrada sul da floresta tem outro controle policial. Após 100Km (em quatro horas) chegamos na Vila Annai e na planície que alaga na estação chuvosa. Nossos amigos da Expedição Suriname que passaram duas semanas antes pegaram alagados e atoleiros. Nós já pegamos tudo seco e vimos os restos de atoleiros recentes. Na Vila existe restaurante, posto de gasolina, hotel.

Até Lethem são mais 115Km no mesmo tipo de estrada, cercada de várzea que pode alagar com as chuvas. O trecho estava sendo restaurado, com maquinas aterrando a estrada e levantando onde cedeu. Chegamos em Lethem no fim da tarde, fizemos os trâmites de saída e resolvemos tocar até Boa Vista, mais 100Km de asfalto ótimo pela BR-401.

ROTEIRO
Trecho 1 – https://goo.gl/maps/EGtAZjgc12M2
Trecho 2 – https://goo.gl/maps/8hBpTBxA5RS2
Trecho 3 – https://goo.gl/maps/bXpbFzrJRY32

Vários pontos citados foram mapeados no site MOTOENCONTROS, onde pode-se pegar as coordenadas e inserir no GPS, pra quem curte isso.

O dia-a-dia da viagem do Bressan e Celso está aqui mesmo neste site. A Guiana começa no dia 21:
http://www.elbando.com.br/especial-amazonia-2017/

Também está no facebook http://www.fb.com/amazonia2017 e no Instagram https://www.instagram.com/estradasamazonicas/

É isso aí, esperamos que as informações incentivem novos viajantes a conhecer a região. Quem tiver atualizações sobre a estrada e novos pontos interessantes, coloque nos comentários que vamos atualizando o texto para ficar sempre bom pra todos.

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