A BR-156 se estende por 800Km do sul ao norte do Amapá. Um pouco menos da metade ainda é de terra, dividido em dois trechos. O trecho sul de terra corresponde a 260Km entre Laranjal do Jari e Macapá. O trecho norte de terra corresponde a 110Km entre Calçoene e Oiapoque. A promessa de asfaltamento já completou 80 anos…
BR-156 na Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/BR-156
BR-156 no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=41v4g5b6acU
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A região do Oiapoque é onde mais chove no Brasil! Na época das chuvas (o ano todo) o barro se torna liguento e escorregadio, tornando a travessia destes trechos um desafio enorme. Pela análise do clima, essencial em toda viagem de aventura, a chuva diminui em agosto, setembro e outubro, e ocorrem obras de restauração dos atoleiros.
Quando passamos pelo Amapá, meio de agosto de 2017, pegamos o início da época seca. Fizemos um pequeno trecho da BR-156 sul, e a estrada ainda estava ruim, apresentando marcas da erosão provocada pelas chuvas. Enormes VALAS no sentido da pista, especialmente nas colinas. Alto risco de acidentes, que requer pilotagem cuidadosa.
No trecho norte de terra, talvez mais movimentado, chegamos já com obras de nivelamento e terraplenagem sendo executadas. Nos segmentos com obras, a terra revolvida e fofa atrapalhava um pouco, mas onde a estabilização já tinha sido feita, pudemos acelerar um pouco. Fizemos o trecho de 110Km em três horas, com um pouco de chuva e noite no final. Vimos vários restos de atoleiros e passamos por dentro de sulcos de rodas com barro já secando na altura do banco da moto!
Já existem iniciativas de asfaltamento, com estudos e projetos “em andamento” mas na prática nada aconteceu ainda até dez/2017. Em JULHO 2018 saiu a notícia que farão 61Km na BR-156, rumo a Laranjal do Jari. Em 2023 fizemos nossa segunda visita ao Amapá, percorrendo a BR-156 de Laranjal do Jari até Macapá, e nenhum asfalto novo foi visto.
Em relação a recursos e pontos de apoio, o trecho sul é mais ermo. Existem várias vilas, a maioria pequenas, e a principal chama-se Vila Maracá e fica mais ou menos no meio do caminho entre Laranjal do Jari e Macapá. A 20Km de Macapá o asfalto aparece, e nos 360Km de asfalto até Calçoene existem cidades com bons recursos de gasolina e hospedagem.
O asfalto acaba 50Km depois de Calçoene, iniciando o trecho de terra com 110Km, que passa pela Vila Carnot (temos em 2023 asfaltamento desse pequeno trecho até a vila) e algumas pequenas aldeias indígenas na beira da estrada. Faltando 55Km para Oiapoque, novamente o asfalto recomeça.
CONDIÇÕES DA RODOVIA
Desde 2021 o DNIT não apresenta mais as informações das condições das rodovias. O mapa abaixo representa a situação atual em 2023 após nossa visita ao Amapá.
VISITE TAMBÉM:
– Almeirin, no Pará. Existe uma estrada de terra que liga Monte Dourado, cidade vizinha de Laranjal do Jari, até Almeirin. Seria uma continuação do trecho sul da BR-156 até as margens do Rio Amazonas. Uma boa aventura.
– Projeto Jari: Uma fábrica de celulose que veio rebocada pelo oceano desde o Japão. Projeto megalomaníaco de um bilionário americano nos anos 70, que teve apoio do governo brasileiro como uma das iniciativas de desenvolver a região.
– o distrito de Mazagão Velho, a primeira colônia portuguesa no território. Fica no final da AP-010, a 70Km sul de Macapá, uma rota toda asfaltada. Existe uma igreja colonial, ruínas da cidade antiga, um museu/loja de arte indígena pré-colombiana, e muita gente simpática.
– se curte uma estrada selvagem, rode pela AP-020. São aproximadamente 50Km de uma estrada vicinal mal-conservada, pelo meio da selva. Também chamada de “Ramal do Camaipi”.
– Macapá, o marco zero do equador, a fortaleza São José, o Museu Bacaca e a orla marítma.
– Balneário do Alegre, um belo restaurante à beira do Rio Alegre, bom pra passar o dia e comer um peixe nativo.
– O antigo aeroporto da 2a Guerra Mundial, território cedido ao EUA naquela época dentro do esforço de guerra. Está tudo abandonado e depredado, tenha cuidado. Na cidade chamada Amapá, caminho para Calçoene.
– Em Calçoene, a 30Km ao norte da cidade, acesso de terra, o Parque Arqueológico do Solstício. É um mistério, com as pedras enormes dispostas como um relógio/calendário solar. Por causa disso também é chamado de “Stonehenge Brasileira”.
– Na BR-210, a Serra do Navio e sua antiga história de riqueza mineral através da extração de manganês.
ROTEIRO:
Clique no link: https://goo.gl/maps/mqHVNCZ2sY12
Erros do GOOGLE MAPS:
– Santana, a segunda maior cidade do estado, está marcada no final da AP-130. Não tem nada ali.
– AP-010 até Mazagão Velho, já é toda asfaltada e no mapa ainda aparece de terra.
– Ainda não aparece a Ponte Binacional na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa.
Vários pontos citados foram mapeados no site MOTOENCONTROS, onde pode-se pegar as coordenadas e inserir no GPS, pra quem curte isso.
O dia-a-dia da viagem do Bressan e Celso está aqui mesmo neste site. O Amapá começa no dia 13:
http://www.elbando.com.br/especial-amazonia-2017/
Também está no facebook http://www.fb.com/amazonia2017 e no Instagram https://www.instagram.com/estradasamazonicas/
É isso aí, esperamos que as informações incentivem novos viajantes a conhecer a região. Quem tiver atualizações sobre a estrada e novos pontos interessantes, coloque nos comentários que vamos atualizando o texto para ficar sempre bom pra todos.
BR-156 trecho sul – placa informando a restauração da pista no trecho próximo a Macapá
BR-156 trecho sul – asfalto curtinho em uma vila
BR-156 – saindo de Macapá, indo para Oiapoque. Os primeiros Km são junto com a BR-210
BR-156 – Posto em Porto Grande. Tudo asfalto só o acesso era de terra.
BR-156 – Asfalto em ótimo estado
BR-156 norte – Posto no trevo de entrada de Calçoene
BR-156 norte – fim do asfalto 50Km após Calçoene, rumo ao Oiapoque
BR-156 norte – trecho sendo restaurado
BR-156 norte – Vila do Carnot, caminhão-pipa baixando a poeira
BR-156 norte – paisagem típica na época seca
BR-156 norte – Ponte no Rio Cassiporé. Um pouco antes tem um bar/restaurante.
Bom dia!!
Estou planejando ir do Rio de Janeiro ao Oiapoque, depois atravessar as 3 Guianas e voltar por Roraima. Tenho alguns desafios muito grandes, onde acredito que o principal será a BR-319. Mas a 156 me preocupa também. O meu sonho é fazer tudo isso de Harley (Sport Glide). Na sua avaliação, qual seria o melhor mês para ir? Será que consigo fazer de HD?
Sim Marcelo, consegue sim de Harley. A 156 seca em agosto e setembro, são apenas 110km de terra. A 319 tá seca em setembro tb, um pouco mais empoeirada e são 400Km de terra. O pior é a Guiana Inglesa, com 480Km de terra! Em setembro tá seca também. Vai tranquilo, com calma. Tem as dicas pra elas aqui no site, bem como as dicas para as Guianas também. Muita burocracia, mas é uma belissima aventura.