Duas Barras/RJ

Duas Barras/RJ

28/05/2011

Haviam dois eventos no Rio de Janeiro: Duas Barras e Itaboraí.

(fundo musical: marcha fúnebre)
Durante a semana, a previsão de chuva espantou o povo e não consegui nenhum outro companheiro de passeio para o findi.
Sabadão acordei tarde, já eram 12:30h, frio, maior preguiça de sair da cama. Olhei a janela, asfalto molhado, tempo fechado. Fui almoçar na padaria próxima (tem self-service!) e nesse meio tempo, choveu de novo… terminei o almoço e voltei pra casa. O joelho ainda ferrado, inchado, estou todo manco. E ainda por cima gripado, e sozinho pois a Lilian nao veio para o Rio esta semana.

(agora troca o fundo musical, toca Rauuuul!)
EU QUE NAO ME SENTO NO TRONO DE UM APARTAMENTO COM A BOCA ESCANCARADA CHEIA DE DENTES, ESPERANDO A MOOOOOOOOOOOOOOOOOORTE CHEGAAAAAAAAAR!

Vesti a ceroula, calça de couro, camisa, jaqueta, colete, capa de chuva, saí do apartamento que nem um astronauta, peguei o elevador assim mesmo e liguei o F********A-SE para a chuva!! Vou pra Duas Barras primeiro, que é bem mais longe, pernoito, desço pra Itaboraí no domingo e pronto.

Acho que demorei tanto pra botar a roupa por que não conseguia dobrar a perna direito e tinha 3 calças pra colocar (ceroula, couro e capa de chuva), que quando saí com a moto pra rua, eram 15h e a chuva já tinha acabado! Como sou sortudo! Mais uns km e o asfalto da linha amarela estava SECO!

Da Linha Amarela, peguei a Vermelha, subi um pouco da W.Luís (BR-040) até o entroncamento com a BR-116, e segui rumo a Teresópolis. Se vou pra Duas Barras, com certeza não é pelo caminho mais curto! Além disso vi uma serra que achei interessante conhecer. Fui até a fronteira de MG, em Além Paraíba. O caminho velho conhecido, eu e a Lilian já passamos aqui antes indo pra Sto.Antônio de Pádua. Em Além Paraíba, peguei no posto a dica para a entrada do acesso até Carmo, e a notícia: “olha, a tal da serra é de terra, viu!”. Pronto… “tá seca ou molhada?”… “tá seca!”… “então não tem problema!”. 16km de terra, no escuro. Curti! Muito!

Depois voltou o asfalto, já chegando em Duas Barras. Obra inacabada de asfaltamento desta estrada. Trechos bons alternando com trechos decrépitos. Estava mais atento que juiz em partida de ping-pong! Logo o asfalto melhorou, começou a ficar remendado (sinal de uso e manutenção) e comecei a ver as luzes da cidade. Aí que deu merda… relaxei e faltando apenas UM mísero quilômetro pra chegar na cidade, havia brita solta na curva. O céu tava estrelaaaado!

Caraca, que moto pesada! Era uma descida em curva fechada… quem disse que levanto? Ainda mais com o joelho bichado… acreditam que passou um carro subindo, enquanto eu tentava levantar a moto, e o cara não parou? Quem parou foi um senhor, atrás desse carro, numa scooter! Colocamos a moto de pé, e vi o estrago. Uns arranhões nos plásticos da frente, e o pedal do câmbio torto. Na parte traseira da moto, nenhum arranhão! Por sorte a moto caiu sobre o meu pé! aeuhaeuae Essa bota é boa mesmo, segurou o tranco!

Desentortamos o pedal, mas não completamente. Não consegui desengatar a marcha. Adrenalina a mil, não raciocinava direito. A moto ainda atravessada na pista. Parou uma picape pra ajudar, deu a idéia de empurrar pro acostamento. Que acostamento? uma faixa de grama/brita de 46,7cm e uma cerca de arame farpado nos separavam de uma pirambeira qualquer. Encostamos a moto ali, e o rapaz ofereceu-se pra olhar a moto enquanto o casal da picape me levava na cidade para procurar ajuda.

No caminho dessa carona, vi quão perto estava do evento… que merda, viu! Chegar numa situação dessas. Assim que paramos na praça do evento reconheci Pablo e Kely, os amigos da Irmandade Estradeira/RJ, de Pádua, que me acolheram. Fomos procurar a organização do evento. Quem sabe eles tem alguma dica boa de como trazer a moto e tal. Encontrei o Gustavo, do Duas Barras Moto Clube, que rapidamente juntou mais quatro companheiros e voltamos ao local da queda. Mais um acerto no pedal, inspeção, nada quebrado, ligamos a moto e regressamos. Agradeci muito aquele senhor na scooter, um anjo que apareceu na hora certa e evitou quem sabe uma piora na situação devido à posição da moto na estrada. Dali fomos pra oficina… eram nove horas da noite! Ajustamos o melhor possível o pedal, para poder passar as marchas e voltar ao Rio no dia seguinte. Ao pessoal do Duas Barras MC e do Sequelados, da cidade vizinha de Cantagalo, meus sinceros agradecimentos! A turma não mediu esforços, inclusive para me achar um local de pernoite, visto que a cidade, pequena, estava lotada. Felizmente tudo deu certo, inclusive sobrou uma barraca com cobertor, cedida pelo pessoal do Fantasmas do Além MC, de Além Paraíba! E tem gente (que provavelmente não viaja) que cisma em dizer que a irmandade no motociclismo acabou…

Fui dormir literalmente moído! A zorra no lado de fora do camping atrapalhou o sono, mas menos que a dor da pancada no lado esquerdo do ombro até o pé. Ô noite! “E aí, Bressan, tá dolorido?”… “Nada… só dói quando respiro!”

Domingo pela manhã desmontamos o acampamento, nos despedimos mas ainda acompanhei o pessoal da IE e do Fantasmas até a bifurcação na RJ-116, onde peguei o caminho para Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu, e finalmente Itaboraí. Esse trecho é outra história, depois continuo.

Fotos:
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“Não explico porque ando de moto! Para quem gosta, não é necessário,

e para quem não gosta, nenhuma explicação é possível”

Autor desconhecido


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