Barretos – V Encontro 2Rodas

Barretos – V Encontro 2Rodas
Barretos – V Encontro 2Rodas

Um chamado pra rodar, e 80 pessoas se reuniram em Barretos para contar causos de estrada, rever amigos, fazer novos, e aproveitar o feriadinho de três dias em boa companhia!

Partimos sexta cedo, por volta de 7:40h, do posto de sempre, Jocemar, Herman, Bressan e Lilian. Em Valparaíso Régis e Paulinha entraram no bonde. Jocemar, guerreiro, respondeu o convite de última hora do Bressan e apareceu com sua moto 150cc para o trecho inicial de 130Km até Cristalina. O que importa é a vontade de rodar, não a moto!

O roteiro até então seria por Goiânia, mas uma liberação de última hora viabilizou a ida do Roger, de Paracatu, e então mudamos a rota para a BR-040/050, indo até Cristalina encontrar o mineirinho, e de lá para Catalão, Bosdiaraguari, Berlândia, Beraba, Ituverava, Miguelópolis, Guaíra e finalmente Barretos! 700Km de trecho. Jocemar, Regis e Paulinha voltaram pra Brasília, após curtir uma bela manhã de estrada.

Seguimos sem maiores problemas, nem a chuva tão “temida” apareceu. Temida por outros, não por nós, veja bem! Pegamos uns 25 pingos tímidos próximo a Catalão, e uns 687 pingos safados perto de Uberlândia. Nada que sequer provocasse dúvida sobre seguir adiante sem parar! Chegando próximo de Uberaba passamos pela estrada já seca de alguma chuva anterior recente, o cheiro de terra molhada ainda estava no ar.

A estrada uma beleza em todos os trechos. A duplicação do trecho Uberlândia-Araguari quase pronta, faltando realmente só os viadutos de Araguari. Entramos em SP no meio da tarde, e a região estava avermelhada de poeira no ar, coisa de filme, deserto, tempestade de areia mesmo. Ao passarmos por Ituverava, tivemos a lembrança dos bons momentos do III Encontro 2Rodas. Pegamos o “atalho” por Miguelópolis e Guaíra, uma estrada de interior, duas pistas, sem acostamento. Os caminhões, treminhões de cana, cortando o vento, rabeando pela estrada e acostamento, levantando o poeirão! Descobrimos até uma KM52 depois de Guaíra, quase oculta pelo mato. O trecho era “ventoso”, e devido aos campos planos de cana, o vento era forte! As quatro motos rodaram inclinadas pra contrabalançar o sopro. Travar os braços e firmar o guidão pra resistir é uma saída. Mas cansa. A outra é o inverso, relaxar os braços e segurar a moto inclinada na força das pedaleiras. Velejar! Lembrei do personagem do livro do Gaitero, dominando os ventos da Patagônia. É divertido.

Chegamos em Barretos no final da tarde, por volta das 18h. Um acidente tirou a graça da viagem. Um motorista na via central de uma avenida com três pistas converte à direita, de repente, sem dar seta. Moto no chão, confusão à vista. Polícia, BO, e a inestimável ajuda dos amigos que acudiram assim que chamamos: Duílio, Carlão, Souza. Obrigado pelo apoio, amigos! Mais tarde no hotel, um preparo na carcaça pra tirar o chão das roupas. E táxi pra confraternização pois desgraça já chega uma.

O V Encontro 2Rodas é uma iniciativa de amigos estradeiros. Um encontro de amigos que não tem maiores pretensões além de rodar e prosear. Não tem lojinha, comércio, palanque, troféu. E tem gente que diz que “os bons tempos” acabaram. Nós é que fazemos o nosso tempo ser bom! Como já dizia o Vandré “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!”. O anfitrião da vez é Duílio, da Irmandade Estradeira. Coração gigante, cara de menino levado, ex-caminhoneiro, conhece quase nada da vida, da estrada. Recepção exemplar aos companheiros!

No sábado pós-ressaca, Duílio guia os visitantes ao Parque de Exposições de Barretos, onde acontece o rodeio. Praticamente uma cidade, ótima infra-estrutura para o evento, que já é considerado “a maior festa de rodeio do mundo”. Há um pequeno museu onde vimos que a festa já completou 50 anos, iniciada pelo clube “Os Independentes”. Apresentam os pontos importantes da saga, como a fundação, a realização dos primeiros eventos, a compra do imóvel da primeira sede social, o sonho da nova arena, a realização desse sonho, e a comemoração dos 50 anos de evento. Impossível não traçar um paralelo entre a história e realizações deste clube social (que tem organização, estatuto, objetivos, hierarquia desde seu início) e a história e realizações de alguns moto clubes sérios, ou a não-história e a não-realização de MUITOS moto clubes avacalhados.

Voltamos à nossa confraternização, onde mais estradeiros estacionavam. Mais histórias eram contadas, e mais viagens eram planejadas. Os bondes de retorno já começavam a ser combinados. E a Queima do Alho finalmente servida! Trem bão dimais da conta!

Domingão cedo na estrada, voltando por outro caminho, rumo Itumbiara, Goiânia e finalmente Brasília. Tempo ótimo, solzão na cabeça, quente até demais. Nem o trânsito pesado da volta do feriado, na BR-060, desanima. Chegamos por volta das 18h em Brasília, moídos, exaustos, mas completamente satisfeitos.

 

 

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2 Responses »

  1. Bressan, ótimo relato, didatico e ao mesmo tempo poético, perfeito!!! infelizmente tinha uma pedra no caminho, quem tropeçou?! espero que esteja tudo bem.
    A historia é boa quando viajamos juntos e viajei nessa!!!!

    Abs,

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